Stereo

Já reparou que quando se escuta uma música que o som vai de um canal até o outro com fones de ouvido parece que ela tá passeando dentro da sua cabeça?

Hoje

Hoje foi (e está sendo) um dia esquisito. É feriado, mas nem tanto… acho que ele não devia ter existido. Na verdade acho que hoje só existiu pra algumas pessoas em alguma dimensão estranha, na qual eu estava, com essa sensação de estar fora do lugar o tempo todo. Não teve aula, mas eu não estava desocupada; minha mãe não trabalhou mas coisas não usuais aconteceram aqui em casa e não ficou parecendo final de semana como em todos os feriados; a academia tinha pessoas diferentes e só eu fui correr. Tem alguma coisa muito, mas muito estranha mesmo.

NP e Co-NP

Um problema é NP se é possível verificar uma solução em tempo polinomial ou (esses conceitos são equivalentes) se ele é resolvido em tempo polinomial em uma máquina não determinística*.

A máquina não determinística percorre todos os caminhos para a solução paralelamente, por isso o tempo é polinomial pra esse tipo de problema.

Se um problema está em NP, o seu complemento está em Co-NP. Por exemplo: temos que SAT pertence a NP, e UNSAT pertence a CoNP. Sabemos que esses problemas têm a mesma complexidade, porém não podemos concluir que NP=CoNP porque a complexidade para resolver não é o motivo pelo qual um está em um conjunto e outro está no outro (e sim a complexidade para verificar uma solução).

Não deve ter ficado claro, mas eu escrevi antes de esquecer.

* NP: Não-determinístico Polinomial?

Tentando explicar…

Hoje um colega meu mandou esse vídeo pra lista da sala. Lógico que gerou toda uma discussão de porque esses babacas fazem isso e tal. Bom, achei esse um bom exemplo pra explicar meu ponto de vista. Um deles sugeriu que o problema é todo da concentração de renda, e eu discordo totalmente disso. Ele está culpando um sistema pelo comportamento das pessoas, isso parece invertido pra mim, já que o sistema foi criado pelas pessoas.

Acho que tem basicamente duas linhas de pensamento: a que culpa o sistema e a que culpa as pessoas. Eu culpo as pessoas. Tudo bem que existem aqueles que ganham muito mais dinheiro que os outros, mas como esse dinheiro é gasto é uma escolha individual. Se alguns estão gastando da maneira “errada”, tirar o dinheiro de todo mundo e dividir igualmente não é a solução. A gente tem que tentar entender porque eles fazem isso, que tipo de valores bizarros eles têm que fazem eles gastarem um salário mínimo toda noite? O problema é a escolha individual, e não o fato deles ganharem 100.000 por mês. Afinal de contas, existem aqueles que são muito ricos mas que têm consciência dos valores das coisas e não saem rasgando dinheiro por aí.

São raciocínios assim que me fazem culpar as pessoas mais do que o sistema. E me fazem acreditar que mudanças individuais podem fazer mais efeito do que medidas governamentais. Mas o grande (grande!!!) problema é como incentivar essas mudanças individuais e quais são elas.

Feriado

É incrível como a cidade fica tão boa quando todos viajam… tudo é mais tranquilo, eu faço o meu horário e não tem trânsito. Hoje teve almoço na casa da minha avó e foi muito bom. Fazia um tempo que eu não encontrava os meus tios, e geralmente quando meus pais estão lá a gente acaba ficando em segundo plano. Hoje não. A gente conversou até as cinco da tarde e riu até, eu gosto de encontros assim. E eles são assim quando não são um compromisso social, eu não gosto de compromissos sociais.

Claro que tem a parte chata de ficar sozinha em casa… a comida não é tão boa, eu que tenho que preocupar em fechar portas e janelas e manter tudo limpo. Mas essa liberdade é muito boa. Tudo está muito tranquilo aqui, consigo respirar.

Acho que preciso um pouco de cada coisa.

Bom senso

Eu sempre pensei que se as pessoas todas tivessem bom senso, o mundo seria um lugar melhor pra se viver. Mas parando pra analisar isso agora, percebi que existe um problema sério com isso: as pessoas têm bons sensos diferentes… Lógico, elas são diferentes. E o que garante que uma está mais certa que a outra?

Às vezes eu fico pensando que seria legal se todos fossem iguais a uma pessoa por um dia. Por exemplo, um dia em que todos são iguais a mim. Todos tomariam as decisões  que eu tomaria na sua posição e fariam as coisas que eu faria. E seria assim com cada um, todos teriam seu dia de iguais. Ia ser um jeito legal da gente perceber o que faz de errado, porque, inicialmente, todos pensam que se o resto do mundo pensasse igual a si próprio, seria muito melhor. Eu acredito que todas as pessoas teriam surpresas bem desagradáveis nesses dias… Talvez sua reação em uma situação que você nunca imaginou estar seja a pior possível, e quando alguém se enxerga pelo lado de fora, a visão pode não ser tão agradável. Você pode descobrir que o seu “bom senso” não é nada bom, e que o mundo é realmente um lugar pior se todos tiverem sua atitude.

Talvez não precise chegar a tanto, se cada um tiver um senso de auto-crítica e souber aceitar críticas construtivas (e também criticar construtivamente) podemos tentar melhorar nós mesmos e  consequentemente fazer um mundo melhor. Porém existem dois problemas sérios com essa abordagem: (1) muitas pessoas acham realmente que o conjunto das partes não forma o todo, e que a melhora da violência, do trânsito ou da qualidade de vida está nas mãos do governo e ponto final, e não percebem que se forem mais educadas e pararem de olhar pro próprio umbigo podem mudar muita coisa, o que leva ao segundo ponto: (2) as pessoas são arrogantes. Sim, todos nós somos em algum grau, uns mais que os outros, mas ninguém gosta de admitir que está errado e muito menos mudar seu jeito de ser porque alguém falou. Muito pelo contrário, muitas vezes as pessoas insistem naquela atitude que muitos recriminam só por teimosia. Eu não sei se sou só eu e meu pessimismo, mas acho que isso vem piorado com o tempo. As crianças estão mais chatas, os adultos mais mal humorados e os serviços são muitas vezes feitos com má vontade.

Quando o sistema começa a ficar muito complexo é sinal de que tem algo errado. Eu penso muito em como as leis são feitas e usadas quando se fala sobre bom senso. Será que é realmente sensato procurar interpretações mirabolantes nas entrelinhas ou falhas mínimas pra se defender alguém? Não to falando que a lei tem que ser seguida ao pé da letra, eu acredito que cada caso é um caso. O comportamento humano é muito diversificado pra tentar enquadrar tudo em uma constituição só. Lógico que existem regras básicas que devem ser seguidas, e se essas regras não forem formalizadas, as coisas não funcionam mesmo. Mas em casos extremos os juízes deveriam ser capazes de analisar friamente o que aconteceu, e não ficar escutando advogados que falam que a lei não considera casos de pessoas que não têm o mindinho do pé esquerdo. Nos Estados Unidos tem um milhão de exemplos de processos sem sentido… é uma coisa absurda alguém processar um hotel porque caiu nas escadas, como se o hotel tivesse culpa da sua falta de coordenação motora. E o pior de tudo é que essas pessoas ganham as causas.

Bom, essas coisas me incomodam. Acho que o que eu to tentando dizer é que as pessoas podiam se esforçar mais… Todo mundo tá sempre reclamando aí da sujeira da rua mas todo mundo continua jogando lixo fora das lixeiras. Falar é muito fácil.

PS: Talvez eu pareça meio arrogante falando essas coisas assim, mas não é. Eu acho que faço muita coisa errada sem perceber tb =(