Sensações

É mais difícil explicar o que é frio na barriga do que o que é deja vù… Mas acho que se fosse possível colocar essas sensações em palavras, elas não teriam graça mais.

Formatura

Acaba hoje. Hoje é o meu baile de formatura e tudo se encerra. Não que não tivesse se encerrado antes, mas hoje que tá batendo a depressão pós-formatura. E o que é pior, antes do baile. Sinto que depois disso vai ficar vazio. Eu não vou ser mais necessária. Eu vou viajar e quando voltar não vai ter 20 e-mails na minha caixa de entrada com coisas pra eu resolver, não vai ter a Nathália do cerimonial me ligando 3 vezes ao dia, não vou ter que conferir extratos de banco todo dia… acabou. Sem mais correrias, sem mais stress. Droga, acho que sou viciada em stress. =(  Agora mesmo que eu arrume mil coisas pra fazer, não vai ter ninguém dependendo de mim… eu não vou ter que apresentar resultados no final e não vou fazer diferença pra ninguém. Vou ficar aqui fazendo meus bonequinhos pra mim mesma, ou fazendo academia pra  mim, ou fazendo projetos meus de pesquisa. Eu sei que isso devia ser uma coisa boa, mas porque eu não acho?
Lembro sempre que a minha vontade de ser controladora de vôo começou depois da crise da infraero. Depois que eu escutei o quão estressante é um trabalho de controlador de vôo e como milhões de vidas dependem deles. Acho que talvez esse foi mais um motivo que me empurrou pro mestrado… as noites mal dormidas, o tanto de trabalho, a cobrança dos professores… E cá estou eu querendo fazer 4 matérias no meu primeiro semestre de pós (sendo que devemos fazer cinco no total, que são 2 anos). Acho que se tivesse comissão de formatura de novo, eu ia entrar e fazer tudo de novo, como eu fiz dessa vez, reclamando às vezes mas satisfeita. Isso é ruim ou bom? Eu não sei se fico feliz ou triste, sei que hoje estou meio triste de ver tudo isso acabando. Espero arrumar  alguma coisa logo, senão vou olhar concurso pra  controlador de vôo brevemente (eles entram por concurso??).

Sono

Então, cá estou eu no meu trabalho, logo depois do almoço e começo a pescar na frente do computador de novo. Mas é um sono incontrolável, parece que eu durmo sem sequer fechar os olhos. Não é a primeira vez que isso me acontece… e não é legal, eu sei. Fica parecendo que eu estou muito entediada e que não estou trabalhando. Pior mesmo é quando acontece durante reuniões. Hoje o sono foi tanto, mas tanto, que resolvi levantar da minha mesa e ir no carro. Tava chovendo um pouco e pensei que talvez uma caminhada na chuva me acordasse. Assim que sentei no carro, encostei um pouco no volante e não dormi (o que foi um absurdo dado que eu estava dormindo de olhos abertos na frente do PC). Fiquei encostada lá um tempo pensando no que fazer e vim na internet pesquisar essa coisa de sono em situações chatas.

Achei um documento bem explicativo que fala exatamente sobre estudantes de faculdade. Que coisa, não? Lembrei de todo o sono bagunçado de todos meus colegas de computação. No final das contas esse sono incontrolável não é causado por tédio nem nada parecido. Eu fico com sono porque não durmo direito (e olha que eu nem durmo tão errado assim…). O que me mantém acordada durante o dia são estímulos externos (que foi o que eu encontrei quando comecei a pesquisar essas coisas e escrever isso aqui), e situações chatas não são estímulos, então o sono volta. Não é nada muito difícil de concluir… considerando que eu durmo umas 6 horas por noite quando preciso de 8. Mas a gente vai negando isso porque um dia tá na internet conversando com alguém, ou no bar com um povo legal, ou numa festa, ou lendo um livro bom, etc. E no dia seguinte tem academia 7 da manhã.

Bom, vou tentar dormir as 8 horas. Espero que esse sono e dor de cabeça passem logo =/

Um segundo

O chão não está mais fixo do que o seu olhar hoje pra ninguém. Mas veja só, não torne esse peso maior sem razão. Você tem todo o tempo e mais um segundo pra se convencer.

Cosmotron é o melhor cd do Skank, eu acho.

Sonho

Cada pessoa tinha um clone, que era igual fisicamente mas o oposto psicologicamente. E esses clones matavam as pessoas (não só a versão original, mas outras pessoas também). Eles surgiam quando alguém tomava um liquidozinho que vinha numa ampola. Eles encontravam a gente pelo cheiro, igual os vampiros do filme Crepúsculo. Aí teve uma hora que alguém arrumou um sabonete especial pra ver se eles paravam de seguir a gente. Aí eu acordei com o despertador. Quando dormi de novo, todos os clones tinham desaparecido, até o Bezerro tomar o liquidozinho de novo. Apareceu outro clone e eu acho que nunca desci escadas tão rápido. Me escondi em um banheiro e só foi entrando mais e mais pessoas (era um banheiro grande). As pessoas me pareciam descuidadas e não trancavam a porta, e o clone (que não era do Bezerro, era um cara alto, loiro e de olhos claros e branquelo) entrou. E eu comecei a ficar desesperada e chorar porque ele ia me matar. E ele ficou um tempo fazendo tortura psicológica e ninguém mais ali parecia se importar mais do que eu. Eu perguntei se podia fazer alguma coisa pra ele não me matar e ele falou que eu devia aplaudir seus atos. Mas seus atos era matar as outras pessoas. Aí eu acordei.

Esquisito… fazia tempo que eu não tinha um sonho tão nítido. Resolvi anotar pra não esquecer.

Ano novo, lista nova

1. Sair do estágio pra fazer só o mestrado.
2. Ter mais tempo pra ler, ver filmes, e todas essas coisas que eu falo que vou fazer um dia e fico inventando desculpa que eu não tenho tempo.
3. Viajar (eu tinha esquecido que viajar era bom).
4. Pensar em planos a longo prazo.

Madonna – Sticky and Sweet Tour

Morumbi – 20/12/2008

70 mil pessoas… muitas mulheres, muuuuiiitos gays e alguns homens. O show foi bom. Acho que esta é a primeira grande produção que eu vou (sem contar o show dos Rolling Stones em Copacabana, mas esse não conta pq eu não vi nada). Tudo muito bem feito, uns efeitos de vídeo inacreditáveis. Eu fiquei meio longe, na última fileira da arquibancada, mas a visão do estádio lotado e um milhão de flashes quando as luzes se apagaram e o palco acendeu foi incrível… Eu fico imaginando como a Madonna se sente no palco vendo aquele monte de gente que foi lá só pra ver ela cantar.
Fiquei com um pouco de inveja pq a mulher tem 50 anos e um preparo físico melhor que o meu de uns 5 anos atrás… impressionante como ela canta, dança, pula corda (tudo de salto alto, detalhe). Fiquei querendo voltar pra academia… =/

PS: Focus means saying no.

Já é

Sei lá…
Tem dias que a gente olha pra si
E se pergunta se é mesmo isso aí
Que a gente achou que ia ser
Quando a gente crescer
E nossa história de repente ficou
Alguma coisa que alguém inventou
A gente não se reconhece ali
No oposto de um déjà vu

Sei lá…
Tem tanta coisa que a gente não diz
E se pergunta se anda feliz
Com o rumo que a vida tomou
No trabalho e no amor
Se a gente é dono do próprio nariz
Ou o espelho é que se transformou
A gente não se reconhece ali
No oposto de um vis a vis

Por isso eu quero mais
Não dá pra ser depois
Do que ficou pra trás
Na hora que já é!

Hoje acordei com essa música do Lulu Santos na cabeça… Não sei pq, talvez eu tenha dormido demais e quando acordei vi umas anotações no caderno que fica ao lado da cama que me fizeram pensar nessas coisas. Alguns dias atrás eu tive uma conversa com dois colegas meus sobre o que a gente quer da vida. Agora que o povo tá formando tá na hora de pensar nisso… E agora é muito pior que quando a gente forma no colégio, porque existem milhões de possibilidades, nenhuma mais certa (ou errada) que a outra. A questão é: a gente realmente vai ser o que idealizamos hoje??

Provavelmente não. Fiquei pensando no que eu queria ser há uns 5 ou 10 anos atrás… como eu imaginava que estaria hoje e como eu realmente estou. Bom, a minha idéia era fazer duas faculdades, e isso foi por água abaixo no primeiro mês. Aí depois eu queria ir pro ITA, o que obviamente não deu certo e depois de um ano e meio de cursinho decidi que já estava perdendo tempo demais e desisti. Quando eu era muito, mas muito mais nova mesmo pensava em mudar de cidade ou de casa, pensava que estaria morando sozinha, ou talvez casada, num emprego legal (esses empregos dos sonhos que só existem nos sonhos). É claro que nada disso aconteceu… algumas coisas deram errado, outras deram certo. Mas no final das contas eu não sou nada parecida com minha imagem idealizada de 10 anos atrás.

Aí eu penso: mas eu era muito imatura há 10 anos atrás… Bom, tenho certeza que daqui a 10 anos vou olhar pra quem eu sou hoje e pensar a mesma coisa. Então, o que garante que os planos que eu faço hoje vão dar menos errado do que os que fiz quando tinha 12 anos?

Quando meu colega me perguntou o que eu queria da vida eu só consegui pensar em uma coisa: eu quero ser feliz e não quero me arrepender das minhas escolhas. Às vezes parece simples, às vezes parece muito difícil.

Exagero

Você sabe que está dirigindo demais quando está andando a pé pelo estacionamento e, ao escutar um barulho de carro se aproximando, tenta olhar no retrovisor.